Este pacto, considerado por muitos como impensável, representa um dos mais significativos desenvolvimentos da sua presidência no Médio Oriente.

A negociação exemplificou a abordagem de Trump, descrita como a sua “arte de negociar”: pressão máxima, espetáculo público e personalização extrema.

O ponto de viragem ocorreu quando Trump convocou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, à Sala Oval e o pressionou a pedir desculpa ao primeiro-ministro do Qatar pelo ataque em Doha, um gesto que desbloqueou a mediação.

Posteriormente, Trump emitiu um ultimato público ao Hamas através das redes sociais, ameaçando com “um torvelinho de destruição como nunca antes visto” caso o plano fosse rejeitado. Ignorando as objeções de Netanyahu à aceitação parcial do Hamas, Trump considerou-a um “avanço significativo” e enviou os seus homens de confiança, Jared Kushner e Steven Witkoff, para negociar diretamente, afastando o Secretário de Estado, Marco Rubio, do processo. O plano de vinte pontos prevê a libertação de todos os reféns, a retirada parcial das tropas israelitas, a desmilitarização de Gaza e a formação de um governo de transição.

Para supervisionar a sua implementação, Trump nomeou-se a si próprio presidente do Conselho para a Paz.

A sua estratégia, que consistiu em usar as suas relações diretas com os líderes da região, produziu um resultado que a diplomacia convencional não conseguiu alcançar, ligando o seu legado à resolução de um dos conflitos mais complexos do mundo.

O sucesso a longo prazo dependerá, no entanto, da viabilidade de transformar este acordo num pacto duradouro.