A controvérsia reflete a intensa campanha de Trump para obter o reconhecimento, ligando-o diretamente aos seus esforços diplomáticos no Médio Oriente.
Após o anúncio do prémio à líder da oposição venezuelana, a Casa Branca emitiu uma crítica contundente através do seu diretor de comunicação, Steven Cheung, que acusou o Comité Nobel Norueguês de “colocar a política à frente da paz”. Cheung acrescentou que “nunca haverá outra pessoa como Trump, capaz de mover montanhas com pura força de vontade”.
A campanha pelo prémio foi apoiada por figuras internacionais.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, insistiu que Trump merecia o galardão pelo acordo de paz em Gaza, uma visão partilhada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, que admitiu que Trump “se esforça e trabalha em questões de paz”. O próprio Presidente americano participou ativamente na narrativa, afirmando que merecia o reconhecimento por ter, segundo ele, terminado oito guerras e criticando a atribuição do prémio a Barack Obama em 2009.
Chegou mesmo a afirmar que a própria laureada, María Corina Machado, lhe telefonou para dizer que era ele quem deveria ter ganho.
A intensa pressão e a subsequente reação da Casa Branca transformaram a atribuição do Nobel num evento político, ilustrando a forma como a administração Trump procurou ativamente validar as suas políticas externas através de reconhecimento internacional.














