A administração Trump ordenou o envio de tropas da Guarda Nacional para várias cidades governadas por Democratas, como Chicago, Portland e Memphis, gerando uma crise constitucional e acusações de abuso de poder. A medida, justificada pela necessidade de conter a "criminalidade galopante" e apoiar operações de imigração, enfrenta forte resistência judicial e política. O presidente intensificou a sua política de intervenção federal em cidades da oposição, mobilizando centenas de soldados de estados como o Texas para serem destacados em Illinois e Oregon, à revelia dos governadores locais. Líderes democratas, como o governador de Illinois, J.B. Pritzker, e o presidente da Câmara de Chicago, Brandon Johnson, contestaram a medida em tribunal, considerando-a uma “invasão inconstitucional” e um abuso de autoridade presidencial. Em resposta, Trump chegou a pedir a detenção de ambos os políticos.
O poder judicial interveio, com juízes federais a bloquearem temporariamente os destacamentos.
A juíza April Perry, no caso de Chicago, afirmou não ter encontrado “qualquer prova credível de que exista perigo de rebelião no estado do Illinois”.
Perante estes reveses legais, Trump ameaçou invocar a “Insurrection Act” de 1807, uma lei que lhe permitiria contornar os tribunais e usar forças militares diretamente em solo americano.
A justificação da Casa Branca para estas ações centra-se na proteção de agentes federais do ICE durante rusgas anti-imigrantes, mas os opositores acusam a administração de fabricar uma crise para intimidar governos locais e justificar excessos autoritários.
Em resumoO envio de tropas federais para cidades americanas contra a vontade das autoridades locais representa uma escalada significativa no conflito entre o governo federal e os estados liderados por Democratas. A disputa testa os limites constitucionais do poder presidencial e a lei Posse Comitatus, levantando receios de uma militarização da política interna e de um confronto perigoso entre os poderes federal e estadual.