A atribuição do Prémio Nobel da Paz de 2025 à líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, gerou uma reação de forte descontentamento por parte da Casa Branca. A administração Trump, que considerava o presidente um forte candidato devido ao seu papel no acordo de paz em Gaza, acusou o Comité Nobel de politizar a distinção. Após o anúncio do prémio, o diretor de comunicação da Casa Branca, Steven Cheung, afirmou que o Comité Nobel Norueguês “colocou a política à frente da paz” ao ignorar o trabalho do presidente. O próprio Donald Trump, que já tinha manifestado o desejo de receber o galardão, criticou a atribuição do prémio em 2009 ao seu antecessor, Barack Obama, que, segundo ele, o ganhou “sem ter feito absolutamente nada”.
A campanha da Casa Branca pela nomeação de Trump foi intensa, com vários aliados a manifestarem o seu apoio.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Trump merecia o prémio, e o presidente russo, Vladimir Putin, admitiu que o homólogo americano “se esforça e trabalha em questões de paz”. A controvérsia atingiu um ponto caricato quando Trump revelou que a própria laureada, Corina Machado, lhe telefonou para dizer que era ele quem devia ter ganho. Em contraste, Barack Obama felicitou Machado e apelou a que o seu exemplo fosse seguido para defender a democracia nos EUA.
A reação da Casa Branca foi de tal forma veemente que o Presidente da República Português, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou estranheza perante a mesma.
Em resumoA controvérsia em torno do Prémio Nobel da Paz evidencia o foco da administração Trump em obter reconhecimento público como validação para a sua política externa. O intenso lobbying e a subsequente crítica à decisão do comité revelam uma estratégia para enquadrar os esforços diplomáticos de Trump, especialmente no Médio Oriente, como feitos históricos merecedores da mais alta distinção internacional, mesmo quando esta não é alcançada.