Numa iniciativa para combater os elevados custos dos medicamentos nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump anunciou acordos com as gigantes farmacêuticas Pfizer e AstraZeneca para reduzir os preços no mercado americano. A estratégia envolve a concessão de isenções tarifárias em troca de descontos significativos, pressionando as empresas a alinhar os seus preços nos EUA com os praticados noutros países. O presidente americano, que se comprometeu a reduzir o custo dos medicamentos no país — em média 2,5 vezes mais caros do que em França —, celebrou os acordos como uma vitória para os consumidores. A AstraZeneca comprometeu-se a oferecer os seus medicamentos nos EUA “ao menor preço pelo qual os vende em qualquer parte do planeta” e a investir 50 mil milhões de dólares em investigação e produção no país. Em troca, o seu diretor-geral, Pascal Soriot, agradeceu a concessão de uma “isenção de direitos aduaneiros de três anos para transferir o restante da nossa produção”. De forma semelhante, a Pfizer acordou reduzir o preço de vários medicamentos para o Medicaid e oferecer descontos diretos aos pacientes através de um novo site governamental.
O presidente da Pfizer, Albert Bourla, afirmou que “os grandes ganhadores” seriam “claramente os doentes americanos”.
Esta medida insere-se numa estratégia mais ampla de Trump, que ameaçou com uma sobretaxa aduaneira de 100% sobre medicamentos importados para incentivar a produção em solo americano.
“A maioria deles vem falar connosco por causa das tarifas alfandegárias”, afirmou Trump, que proclamou na Casa Branca: “Agora vamos pagar os preços mais baixos”.
Em resumoOs acordos de Trump com as grandes farmacêuticas representam uma abordagem inovadora para lidar com os altos preços dos medicamentos, utilizando isenções tarifárias como principal moeda de troca. Embora celebrada pela administração como uma vitória para os pacientes americanos, a estratégia levanta questões sobre a sua eficácia a longo prazo e o seu potencial impacto no mercado global, nomeadamente a possibilidade de as farmacêuticas tentarem compensar as perdas aumentando os preços noutras regiões, como a Europa.