John Bolton, antigo Conselheiro de Segurança Nacional, foi formalmente acusado de manuseamento indevido de informações classificadas, num caso que ele e outros críticos consideram ser uma retaliação política por parte da administração Trump. Um grande júri federal em Maryland indiciou Bolton por 18 crimes, incluindo oito de transmissão e dez de retenção de informações de defesa nacional. A acusação alega que Bolton, enquanto desempenhava funções na Casa Branca, partilhou com dois familiares não autorizados “mais de mil páginas” de notas semelhantes a um diário, que continham informações classificadas até ao nível ultrassecreto, utilizando contas de email pessoais. Bolton reagiu prontamente, declarando-se “o mais recente alvo da instrumentalização do Departamento de Justiça” pela administração Trump.
O seu advogado argumentou que os factos já tinham sido investigados e resolvidos anos antes, e que as notas não eram confidenciais.
Este caso surge num contexto de crescente preocupação sobre o uso do Departamento de Justiça para perseguir inimigos políticos de Trump. Bolton é o terceiro crítico do presidente a enfrentar acusações judiciais em poucas semanas, depois do ex-diretor do FBI, James Comey, e da procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James.
Questionado sobre o assunto, Trump afirmou não ter conhecimento da acusação, mas descreveu o seu antigo conselheiro como “um mau tipo”.
Bolton, por sua vez, prometeu lutar para “expor o abuso de poder” da administração.
Em resumoA acusação formal de John Bolton, uma figura proeminente da política externa republicana, intensifica o debate sobre a politização do sistema judicial nos EUA. Enquanto o Departamento de Justiça alega graves falhas de segurança nacional, Bolton enquadra o caso como uma tentativa de intimidação por parte de um presidente que não tolera dissidência.