Este volte-face reflete as complexidades e os impasses que marcam as tentativas de mediação norte-americanas.

A iniciativa diplomática, que Trump anunciou após uma conversa telefónica “muito produtiva” com Putin, foi suspensa por tempo indeterminado, com a Casa Branca a comunicar que não existem planos para um encontro “num futuro próximo”. O próprio Trump justificou a decisão, afirmando: “Não, não, não quero uma reunião inútil. Não quero perder tempo”.

Esta suspensão ocorreu após um telefonema entre o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e o seu homólogo russo, Sergei Lavrov.

O Kremlin, por sua vez, minimizou a urgência do encontro, sublinhando que “é necessária uma preparação séria”. O contexto deste impasse é marcado por uma profunda desconfiança.

Fontes ucranianas e reportagens da imprensa internacional indicam que, num encontro “tenso e difícil” na Casa Branca, Trump pressionou o Presidente Volodymyr Zelensky a aceitar a cedência da região do Donbass à Rússia, chegando a ameaçar que Putin iria “destruir” a Ucrânia. A proposta central de Trump, apoiada por alguns líderes europeus, consiste em congelar o conflito ao longo das atuais linhas da frente como ponto de partida para negociações, uma ideia que Zelensky considerou um “bom compromisso”, mas que Moscovo rejeita. A questão do fornecimento de mísseis de cruzeiro Tomahawk à Ucrânia permanece um ponto de discórdia, com Trump a recusar o pedido de Kiev para não escalar um conflito que, segundo ele, tenta terminar.