A administração Trump intensificou o que críticos descrevem como uma instrumentalização do Departamento de Justiça para perseguir adversários políticos. As acusações formais contra figuras proeminentes como o ex-diretor do FBI James Comey e o ex-conselheiro de Segurança Nacional John Bolton alimentam o debate sobre o uso do poder judicial para retaliação política. John Bolton, que se tornou um crítico de Trump após deixar o governo, foi formalmente acusado por um grande júri de 18 crimes, incluindo a transmissão e retenção de informações de defesa nacional. Os procuradores alegam que ele partilhou mais de mil páginas de notas, contendo informação classificada, com familiares. Bolton reagiu, declarando-se “o mais recente alvo da instrumentalização do Departamento de Justiça para acusar aqueles que [Trump] considera seus inimigos”.
James Comey, por sua vez, foi acusado de obstrução de um inquérito e falsas declarações ao Congresso relativamente à investigação sobre a interferência russa nas eleições de 2016. Os seus advogados argumentam que o processo foi motivado por “rancor pessoal” de Trump. Também a procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, que liderou uma investigação por fraude contra os negócios de Trump, foi acusada de fraude hipotecária. Estas ações surgem num contexto em que Trump expressou publicamente o desejo de vingança contra os seus inimigos.
A nomeação de uma conselheira da Casa Branca, sem experiência como procuradora federal, para avançar com o caso contra Comey, reforçou as suspeitas de interferência política.
Em resumoA série de acusações contra críticos proeminentes de Donald Trump levanta sérias preocupações sobre a independência do Departamento de Justiça. Os casos contra Bolton, Comey e James são vistos por muitos como um padrão de retaliação política que mina os princípios do Estado de direito e a separação de poderes nos Estados Unidos.