A falta de acordo entre republicanos e democratas sobre o financiamento de seguros de saúde mergulhou o governo federal dos EUA numa paralisação prolongada, uma das mais longas da história. O 'shutdown' resultou na suspensão de serviços, no encerramento de instituições culturais e na ameaça de despedimentos em massa de funcionários públicos. O impasse, que já dura mais de duas semanas, centra-se na insistência dos democratas em garantir a manutenção dos créditos fiscais para os seguros de saúde, ao abrigo da Lei dos Cuidados de Saúde Acessíveis (ACA). Os republicanos, por outro lado, recusam-se a negociar estas verbas antes de o governo ser reaberto.
Várias votações no Senado para aprovar uma solução orçamental provisória falharam, não alcançando os 60 votos necessários.
Como consequência, centenas de milhares de funcionários públicos foram colocados em licença não remunerada.
A paralisação teve um impacto visível na capital, Washington D.C., onde os 21 museus da Smithsonian Institution e o Jardim Zoológico Nacional foram forçados a encerrar por falta de fundos.
A administração Trump aproveitou a situação para exercer pressão política, ameaçando com despedimentos em massa.
O governo planeava despedir mais de 4.100 funcionários, uma tática que os democratas classificaram como “intimidação”. Um juiz federal de São Francisco interveio, emitindo uma ordem temporária para suspender as demissões, considerando que a ação do governo tinha um “custo humano que não pode ser tolerado”.
A paralisação pode custar à economia americana até 15 mil milhões de dólares por semana.
Em resumoO 'shutdown' do governo federal evidencia a profunda polarização política em Washington, com consequências diretas para os serviços públicos, a economia e a vida de milhares de funcionários. A disputa sobre os seguros de saúde tornou-se um campo de batalha político, com a administração Trump a utilizar táticas de pressão, como a ameaça de despedimentos, para tentar quebrar o impasse.