As declarações, feitas durante uma entrevista à BBC, marcam o seu regresso ao palco político após a derrota nas eleições do ano anterior.

Numa rara entrevista concedida no Reino Unido, Harris, que promove o seu novo livro "107 Days", não descartou uma futura corrida à Casa Branca.

Quando questionada se poderia ser a primeira mulher presidente dos EUA, respondeu: "Possivelmente".

Afirmou que a sua carreira dedicada ao serviço público "está-me no sangue" e que "ainda não terminei". Harris desvalorizou as sondagens que não a favorecem, afirmando: "Nunca dei ouvidos a sondagens.

Se o tivesse feito, não estaria sentada aqui hoje".

A parte mais incisiva da entrevista foi a sua crítica a Donald Trump.

Harris declarou que as suas previsões sobre o presidente "se comportar como fascista" se tornaram realidade.

"Basta olhar para como instrumentaliza, por exemplo, agências federais para perseguirem quem faz sátira política.

É tão sensível que nem consegue aguentar as críticas em forma de piada", sublinhou. A ex-vice-presidente criticou também os líderes empresariais e as instituições americanas que, na sua opinião, cederam rapidamente à autoridade de Trump, afirmando que "muitos capitularam e ajoelharam-se, desde o primeiro dia, perante um tirano por diversas razões".

Estas declarações posicionam Harris como uma das vozes mais proeminentes da oposição democrata, preparando o terreno para um possível confronto futuro.