No centro da disputa está a recusa do Partido Republicano, alinhado com o Presidente Donald Trump, em negociar a prorrogação dos subsídios do programa de saúde “Obamacare”, que expiram no final do ano. Esta paralisação, a segunda mais longa da história do país, tem um impacto direto em milhões de americanos. Mais de 20 milhões de pessoas da classe média, que beneficiam dos subsídios reforçados durante a pandemia para tornar os seguros de saúde acessíveis, enfrentam aumentos drásticos nos custos. Famílias relatam que os prémios mensais poderão mais do que duplicar em 2026, com casos como o de Rachel Mosley, na Florida, cujo custo familiar saltará de 1.400 para quase 4.000 dólares. A situação gera pânico e incerteza financeira, com Audrey Horn, do Nebraska, a descrever a situação como “de doidos”.

Segundo o think tank KFF, um prémio médio de 888 dólares em 2025 poderá subir para 1.906 dólares em 2026.

As consequências vão além das finanças familiares.

O Congressional Budget Office (CBO) estima que quatro milhões de americanos poderão ser forçados a abdicar dos seus planos de saúde, o que, segundo o economista Mark Shepard de Harvard, arrisca aumentar a mortalidade e criar um “fardo para a sociedade como um todo”. A paralisação afeta também outros serviços essenciais, como a suspensão de salários de funcionários públicos, incluindo controladores de tráfego aéreo, o que já provocou interrupções no tráfego aéreo em aeroportos como o JFK em Nova Iorque e o de Los Angeles.

O vice-presidente J.D.

Vance alertou para um potencial “desastre” nas viagens se a situação se prolongar.