A administração Trump intensificou as restrições ao acesso da imprensa à Casa Branca, numa medida que aprofunda a relação tensa com os meios de comunicação. As novas regras fazem parte de uma reestruturação mais ampla que inclui a concessão de acesso a "novos media" conservadores e processos judiciais contra órgãos de comunicação históricos. Um memorando do Conselho de Segurança Nacional proibiu os jornalistas de acederem à "Sala de Imprensa Superior" (Sala 140) sem agendamento prévio, alegando a necessidade de proteger "material sensível". Esta área, próxima da Sala Oval, alberga os gabinetes da secretária de imprensa e era tradicionalmente um local de circulação livre para os correspondentes. Esta medida insere-se numa mudança significativa nas relações com a imprensa, na qual a Casa Branca assumiu o controlo sobre quem tem acesso a zonas restritas e ao avião presidencial, retirando o papel tradicional da Associação de Correspondentes da Casa Branca.
A administração tem concedido acreditações a sites noticiosos conservadores, comentadores independentes e influenciadores digitais, como The Daily Wire, The Epoch Times e Tim Pool.
Simultaneamente, a relação com os media históricos deteriorou-se.
Trump processou o The New York Times e o Wall Street Journal pela sua cobertura do caso Jeffrey Epstein.
A agência Associated Press (AP) perdeu o acesso a eventos restritos após se recusar a adotar a designação "Golfo da América", introduzida por Trump, processando a Casa Branca por considerar a restrição inconstitucional.
No Pentágono, mais de 30 órgãos de comunicação social devolveram as suas credenciais em protesto contra novas restrições.
O Presidente intensificou a sua retórica, usando a palavra "evil" ("mal") para descrever repórteres e classificando a imprensa como "inimiga espiritual da América", o que o repórter do The New York Times, Peter Baker, avaliou como "a normalização do insulto como linguagem de governo".
Em resumoA Casa Branca sob o comando de Trump restringiu o acesso físico dos jornalistas e assumiu o controlo sobre as acreditações, favorecendo meios de comunicação conservadores. Esta política, acompanhada de uma retórica hostil e ações legais contra a imprensa tradicional, marca uma deterioração significativa na relação entre o poder executivo e os media.