Esta medida gerou preocupação internacional e reabriu o debate sobre a proliferação nuclear e a estabilidade estratégica global.
Numa entrevista ao programa “60 Minutos” da CBS, Donald Trump acusou diretamente as potências rivais, afirmando: “A Rússia faz testes, e a China faz testes, mas não falam sobre isso”. A sua justificação para a retoma dos testes pelos EUA foi pragmática: “Vamos fazer testes porque outros fazem testes. A Coreia do Norte faz testes. O Paquistão faz testes”.
No entanto, a administração norte-americana procurou mitigar as preocupações, clarificando a natureza destes ensaios.
O secretário da Energia, Chris Wright, explicou que não se trataria de “explosões nucleares”, mas sim de “explosões não críticas”, que servem para “testar todas as outras partes de uma arma nuclear para garantir que elas tenham a geometria adequada e que desencadeiem a explosão nuclear”. Esta distinção é crucial, pois os Estados Unidos são signatários do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (TICE), e uma detonação nuclear constituiria uma violação flagrante.
A China rejeitou veementemente as alegações de Trump.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, assegurou que Pequim mantém uma “estratégia nuclear defensiva” e honra o seu “compromisso com a moratória sobre testes nucleares”.
Pequim instou Washington a cumprir as suas próprias obrigações, com Mao a declarar: “Esperamos que os Estados Unidos cumpram de forma rigorosa as suas obrigações no âmbito do CTBT”.
A ambiguidade deliberada de Trump, que se recusou a especificar a natureza dos testes, deixou em aberto se se referia a ensaios com vetores (mísseis, submarinos) ou a detonações, alimentando a incerteza num contexto geopolítico já tenso, marcado pela retórica nuclear decorrente da invasão da Ucrânia.














