As críticas apontam para uma alegada instrumentalização de instituições estatais e uma campanha de pressão sobre o sistema judicial, universidades e a imprensa. O economista político Francis Fukuyama alertou que "o Estado de Direito está definitivamente a ser atacado nos Estados Unidos", considerando o mandato de Trump uma "ameaça para a democracia liberal".

Esta perceção é partilhada por outros analistas, que descrevem um ambiente de "silêncio democrático" onde o medo substitui o debate.

São citados vários exemplos para ilustrar esta tendência.

O Departamento de Justiça (DOJ) foi alvo de uma reestruturação, e procuradores envolvidos nas investigações sobre o assalto ao Capitólio de 6 de janeiro de 2021 foram demitidos, despromovidos ou punidos. Recentemente, o DOJ retirou de documentos judiciais referências ao ataque, após Trump ter minimizado o evento e concedido indultos a mais de 250 condenados.

A pressão estendeu-se ao FBI, com o novo diretor, Kash Patel, a afastar funcionários envolvidos em investigações que desagradaram à administração.

No campo académico, o caso da Universidade da Califórnia, alvo de investigações federais e de uma exigência de pagamento de 1,2 mil milhões de dólares por alegado antissemitismo, é visto como um exemplo de controlo político. A liberdade de imprensa também está sob ataque, com a Casa Branca a restringir o acesso de jornalistas e o Presidente a usar a palavra "evil" (mal) para descrever repórteres, classificando a imprensa como "inimiga espiritual da América".