A retórica entre os Estados Unidos e a Rússia atingiu um novo pico de tensão, com ambos os países a considerarem a possibilidade de retomar os testes de armas nucleares. Este desenvolvimento ameaça pôr fim a uma moratória de décadas e reacende os receios de uma nova corrida ao armamento nuclear. A escalada verbal começou quando o Presidente Donald Trump anunciou que tinha instruído o Departamento de Defesa para se preparar para testar as armas nucleares dos EUA, de modo a estar em "igualdade de condições" com outros países. A declaração surgiu pouco depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter supervisionado exercícios militares que incluíram o teste de novas armas com capacidade nuclear, como o míssil de cruzeiro Burevestnik. Em resposta direta a Trump, Putin ordenou ao seu governo que avaliasse a conveniência de reabrir o centro de testes nucleares de Novaya Zemlya, no Ártico. O embaixador russo em Viena, Mikhail Ulyanov, afirmou ser "altamente provável" que os EUA realizem testes nucleares reais.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, lamentou a falta de "explicações por vias diplomáticas" por parte de Washington sobre as intenções de Trump. Embora a Rússia tenha revogado a sua ratificação do Tratado de Proibição Completa de Ensaios Nucleares (CTBT) em 2023, Moscovo afirma que manterá a moratória enquanto os EUA o fizerem.
Este distanciamento agrava-se após o cancelamento de uma cimeira de paz entre Trump e Putin, que estava planeada para Budapeste, indicando uma deterioração acentuada nas relações bilaterais.
Em resumoA troca de ameaças sobre a retoma de testes nucleares entre Donald Trump e Vladimir Putin marca uma perigosa escalada nas relações EUA-Rússia. Este regresso a uma postura da Guerra Fria põe em risco a moratória global sobre testes nucleares e aumenta a instabilidade num cenário geopolítico já volátil.