Esta dupla abordagem de demonstração de força e diplomacia gerou incerteza sobre as intenções de Washington na região. O Pentágono ordenou o envio do porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior e mais avançado da Marinha dos EUA, para se juntar a uma frota de mais de uma dezena de navios de guerra já posicionados perto da Venezuela. Oficialmente, a mobilização faz parte da "Operação Lança do Sul", uma missão de combate ao narcotráfico.

No entanto, a sua escala sem precedentes e a realização de ataques letais contra embarcações suspeitas — que resultaram em mais de 80 mortos — são vistas por Caracas e por analistas regionais como uma ameaça direta à soberania venezuelana. Paralelamente a esta demonstração de força, o Presidente Trump discutiu "uma série de opções" para uma possível ação militar com altos responsáveis do Pentágono. Contudo, numa mudança de tom surpreendente, Trump afirmou que estaria disposto a dialogar com Maduro, declarando que "a Venezuela gostaria de conversar".

A abertura foi recebida por Maduro, que se mostrou disponível para um encontro "cara a cara, sem nenhum problema" para evitar um conflito.

Esta estratégia ambígua, que combina a ameaça militar com a possibilidade de negociação, mantém a região em alerta máximo e reflete a abordagem imprevisível de Trump na política externa para a América Latina.