A proposta, que favorece várias exigências russas, gerou uma intensa atividade diplomática e reações mistas entre os aliados europeus e o governo ucraniano.
A proposta de paz, elaborada pelos Estados Unidos com contributos russos mas sem a participação direta da Ucrânia, tornou-se o foco de uma crise diplomática. O plano de 28 pontos exige que a Ucrânia ceda território à Rússia, incluindo o reconhecimento de facto da Crimeia e das regiões de Donetsk e Lugansk como russas, aceite uma redução significativa das suas forças armadas para um máximo de 600.000 soldados e renuncie permanentemente à adesão à NATO. Em troca, Kiev receberia garantias de segurança ocidentais para prevenir futuros ataques.
A proposta gerou forte controvérsia, com três senadores norte-americanos a afirmarem que o Secretário de Estado, Marco Rubio, lhes terá confidenciado que o plano era uma "lista de desejos dos russos". Rubio e o Departamento de Estado negaram veementemente estas alegações, insistindo que "a proposta de paz foi redigida pelos Estados Unidos". O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reagiu ao ultimato de Trump, afirmando que o país enfrenta uma escolha entre "perder a sua dignidade ou correr o risco de perder um aliado fundamental". Zelensky anunciou que iria propor "alternativas" ao plano, considerando este "um dos momentos mais difíceis e de maior pressão" da história da Ucrânia.
Líderes europeus, incluindo os de França, Alemanha e Reino Unido, consideraram o plano uma "base que requer trabalho adicional", mostrando-se preocupados com as limitações impostas ao exército ucraniano, que deixariam o país vulnerável. Numa tentativa de acalmar as tensões, Donald Trump declarou que a proposta "não é, nem de longe", a sua "oferta final", e que o objetivo é pôr fim a uma guerra que, na sua opinião, "nunca deveria ter acontecido".
As discussões prosseguem na Suíça, onde responsáveis norte-americanos, ucranianos e europeus se reúnem para tentar encontrar uma solução.













