A administração Trump anunciou que os Estados Unidos não participariam nas discussões oficiais da cimeira do G20 em Joanesburgo, uma decisão que gerou um atrito diplomático público com a anfitriã, a África do Sul. O boicote foi justificado pelo Presidente Trump com base em alegações, amplamente rejeitadas, de que o governo sul-africano estaria a perseguir violentamente agricultores brancos. A controvérsia começou quando o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, indicou que os EUA poderiam ter mudado de opinião e participariam na cimeira, o que considerou um "sinal positivo".
A Casa Branca reagiu de forma contundente.
A porta-voz, Karoline Leavitt, não só negou a informação, como acusou Ramaphosa de "falar demais" e afirmou que a sua linguagem "não é apreciada pelo presidente nem pela sua equipa". Leavitt esclareceu que Washington enviaria apenas um representante de baixo nível para a cerimónia formal de passagem de poderes, uma vez que os EUA organizarão a cimeira do próximo ano, mas não participaria em nenhuma negociação. A decisão de boicotar a cimeira enquadra-se num padrão de críticas de Trump à África do Sul, cuja presidência do G20 já tinha sido classificada por ele como uma "vergonha". A embaixada dos EUA em Pretória formalizou a posição numa nota diplomática, afirmando que, na ausência de Washington, a presidência sul-africana não poderia reivindicar um "consenso" numa declaração final, dado que as prioridades da África do Sul "vão contra as posições políticas dos Estados Unidos".
Em resumoO boicote dos EUA à cimeira do G20 e a subsequente repreensão pública ao presidente sul-africano exemplificam a abordagem disruptiva da administração Trump à diplomacia multilateral. A decisão, baseada em justificações controversas, minou o processo do G20 e criou uma tensão diplomática desnecessária com um parceiro importante no continente africano.