Esta ação é vista como "desinformação perigosa" que ameaça a saúde pública do país.

Desde o seu regresso ao poder, Donald Trump nomeou Robert Kennedy Jr., conhecido pelas suas posições antivacinas e teorias da conspiração, como Secretário da Saúde e Serviços Humanos.

Kennedy Jr. iniciou uma reforma nas agências de saúde e prometeu investigar as causas do que chama de "epidemia de autismo". Na sequência desta orientação, os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) atualizaram o seu website, passando a sugerir uma possível ligação entre a vacinação infantil e o autismo.

O site afirma agora que os estudos científicos "não descartaram a possibilidade" e que a agência não associava a imunização ao autismo "para evitar a hesitação vacinal".

Esta mudança de posição foi veementemente denunciada pela comunidade científica, que acusa a administração de ignorar décadas de investigação. Os estados da Califórnia, Oregon, Havai e Washington, que formaram uma "aliança de saúde", declararam-se "profundamente preocupados" e sublinharam que "a falta de uma liderança federal consistente e baseada na ciência representa uma ameaça direta à segurança sanitária da nossa nação". Estes estados recordam que a teoria que associa a vacina SCR ao autismo teve origem num estudo de 1998, que foi posteriormente retratado e refutado por inúmeras investigações rigorosas.

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, afirmou que "os americanos merecem aconselhamento de saúde pública baseado na ciência --- e não em opiniões".