A iniciativa gerou uma intensa atividade diplomática entre Kiev, Washington e os aliados europeus, que se mostraram críticos da proposta inicial. O plano de paz de 28 pontos, elaborado pela administração Trump em negociações com a Rússia sem a participação inicial da Ucrânia, tornou-se o epicentro de uma crise diplomática. A proposta original, descrita por senadores americanos como uma "lista de desejos" da Rússia, previa concessões significativas por parte de Kiev, incluindo a cedência das regiões de Donetsk, Lugansk e Crimeia, a redução das suas forças armadas para 600.000 efetivos e a renúncia constitucional à adesão à NATO. Em troca, a Ucrânia receberia garantias de segurança dos EUA e a possibilidade de aderir à União Europeia. O Presidente Trump impôs um ultimato a Volodymyr Zelensky para aceitar o plano até 27 de novembro, Dia de Ação de Graças, sob pena de perder o apoio norte-americano. Zelensky descreveu o dilema como uma escolha entre a dignidade nacional e a perda de um aliado fundamental: "Ou 28 pontos difíceis ou um inverno extremamente complicado".

A pressão aumentou com as acusações de Trump de que a "'liderança' ucraniana não mostrou gratidão" pelos esforços dos EUA. A divulgação de uma conversa em que o enviado especial Steve Witkoff aconselhava o Kremlin sobre como elogiar Trump para obter ganhos diplomáticos aprofundou as preocupações sobre a parcialidade de Washington. Perante a forte oposição europeia, que apresentou uma contraproposta, e a recusa inicial de Kiev, realizaram-se negociações urgentes em Genebra, que resultaram num "quadro de paz atualizado e aperfeiçoado", reduzindo o plano para 19 pontos.

Apesar de a Casa Branca falar em "progressos tremendos", a Rússia, através do conselheiro Yuri Ushakov, rejeitou as alterações europeias, considerando-as "absolutamente não construtivas".

Steve Witkoff foi enviado a Moscovo para discutir os pontos de discórdia remanescentes com Vladimir Putin, mantendo o desfecho das negociações incerto.