A decisão do procurador especial encerra um capítulo judicial polémico que marcou a campanha eleitoral e o regresso de Trump à presidência. O caso, liderado inicialmente pela procuradora do Condado de Fulton, Fani Willis, acusava Trump e 14 outros arguidos, incluindo Rudy Giuliani, de uma conspiração para reverter a derrota eleitoral no estado, ao abrigo da lei estadual contra o crime organizado (RICO). O processo tornou-se notório devido à divulgação de uma chamada telefónica em que Trump pedia ao secretário de Estado da Geórgia para "encontrar 11.780 votos".

No entanto, o caso foi abalado por uma polémica interna quando foi revelada uma relação amorosa entre Fani Willis e o procurador especial Nathan Wade, que ela tinha contratado. Um tribunal de recurso determinou que esta relação criava uma "aparência de impropriedade", levando à desqualificação de Willis do processo. O Conselho de Procuradores nomeou então Pete Skandalakis para assumir o caso.

Skandalakis concluiu que não havia uma "perspetiva realista" de levar a julgamento um presidente em exercício e decidiu retirar as acusações, o que levou ao arquivamento integral do processo pelo juiz Scott McAfee. Trump reagiu à decisão considerando-a o fim de uma "perseguição política" e uma "farsa ilegal, inconstitucional e antiamericana", declarando que "o direito e a justiça triunfaram".