Esta iniciativa, embora recebida com otimismo pela Casa Branca, gera apreensão em Kiev e nas capitais europeias devido aos termos da proposta inicial e ao risco de serem marginalizados nas negociações.

A diplomacia norte-americana, liderada pelo enviado especial Steve Witkoff e pelo genro do presidente, Jared Kushner, está empenhada em alcançar o que Trump considera que seria a nona guerra que resolveu.

A Casa Branca manifestou-se “muito otimista” quanto às possibilidades de um acordo, e o próprio Trump afirmou existirem “boas hipóteses” de sucesso.

No entanto, a abordagem de Washington tem sido controversa.

Um rascunho inicial do plano de paz, com 28 pontos, foi considerado demasiado favorável a Moscovo, prevendo o reconhecimento da soberania russa sobre a Crimeia e o Donbass, a redução do exército ucraniano e a renúncia de Kiev à adesão à NATO.

Após negociações em Genebra com representantes ucranianos e europeus, o plano foi revisto, mas as preocupações persistem.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, embora reconhecendo um “tom construtivo” nas conversações, admitiu ter “medo” de que os seus aliados se cansem do processo, deixando a Ucrânia numa posição vulnerável.

A União Europeia, por sua vez, criticou a sua exclusão das negociações, temendo que um acordo seja alcançado à sua revelia, com a alta representante Kaja Kallas a recear que “toda a pressão venha a ser exercida sobre o lado mais fraco”. As conversações em Moscovo, que duraram cinco horas, terminaram sem um acordo sobre os territórios, evidenciando as profundas divergências que ainda separam as partes.