O Presidente Donald Trump concedeu um perdão presidencial ao ex-presidente das Honduras, Juan Orlando Hernández, que cumpria uma pena de 45 anos de prisão nos EUA por crimes de narcotráfico. A decisão gerou uma onda de críticas, com democratas a acusarem a administração de hipocrisia por libertar um traficante de droga notório enquanto conduz uma campanha militar letal contra o narcotráfico na América Latina. A libertação de Hernández, anunciada pela sua esposa, Ana García de Hernández, expõe uma flagrante contradição na política externa de Trump. Enquanto a sua administração justifica ataques mortais contra embarcações suspeitas de narcotráfico no Caribe, perdoa um antigo chefe de estado condenado por envolvimento na entrada de cocaína nos EUA.
A acusação alegava que Hernández recebeu financiamento do narcotraficante mexicano Joaquín “El Chapo” Guzmán.
Críticos democratas, como o senador Alex Padilla, destacaram a dissonância: Trump “concede um indulto a um notório traficante de droga” enquanto o seu Secretário da Defesa “bombardeia barcos e mata dezenas de pessoas nas Caraíbas”.
A decisão parece ter sido influenciada por uma “persistente campanha de ‘lobby’” liderada por Roger Stone, amigo de longa data de Trump, e por uma carta do próprio Hernández elogiando o presidente norte-americano. Trump, por sua vez, enquadrou o caso como uma perseguição política, alegando que a administração do ex-presidente Joe Biden “havia armado uma cilada” a Hernández, uma narrativa que se alinha com a sua estratégia de desacreditar as ações do seu antecessor.
Em resumoA libertação de Juan Orlando Hernández por perdão de Trump expõe uma profunda contradição na política da administração para a América Latina. A decisão, vista como um ato de clemência política, mina a credibilidade da sua "guerra às drogas" e alimenta acusações de que as ações militares na região servem outros propósitos que não o combate ao narcotráfico.