A Administração Trump intensificou a pressão sobre a Venezuela através de uma vasta operação militar antidroga nas Caraíbas e no Pacífico, resultando em dezenas de mortos e aumentando as tensões geopolíticas na região. A campanha, que inclui a possibilidade de "ataques em terra", gerou controvérsia e acusações de que o combate ao narcotráfico é um pretexto para uma mudança de regime em Caracas. Desde setembro, as forças armadas dos EUA realizaram mais de 20 ataques aéreos contra embarcações suspeitas de ligação ao narcotráfico, causando a morte a mais de 80 pessoas. O Presidente Donald Trump justificou a mobilização de navios de guerra e meios militares como uma questão de segurança nacional, acusando o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de liderar uma "organização terrorista" e afirmando que as operações reduziram a entrada de estupefacientes no país em mais de 90%. Contudo, Caracas denunciou as ações como uma "ameaça" destinada a forçar uma "mudança de regime" e a controlar o petróleo venezuelano.
A situação tornou-se ainda mais polémica com as revelações sobre um segundo ataque a uma embarcação, a 2 de setembro, que terá matado dois sobreviventes que se agarravam aos destroços.
O Secretário da Defesa, Pete Hegseth, defendeu a ação evocando o "nevoeiro de guerra", afirmando não ter visto sobreviventes, e atribuiu a decisão final ao almirante no comando, Frank Bradley. Críticos e alguns congressistas, no entanto, levantaram a possibilidade de ter ocorrido um crime de guerra, dado que as leis de conflito armado proíbem atacar náufragos. No meio da escalada militar, que incluiu um plano de contingência para uma eventual fuga de Maduro, ocorreram contactos diplomáticos, como uma conversa telefónica "cordial" entre Trump e Maduro e um apelo do Papa Leão XIV para que os EUA privilegiassem o diálogo em vez da invasão.
Em resumoA campanha antidroga da Administração Trump na América Latina representou uma escalada militar significativa, com um elevado custo humano e sérias questões legais. Embora justificada como uma medida de segurança nacional, foi amplamente vista como uma ferramenta de pressão para derrubar o governo de Nicolás Maduro, criando um cenário geopolítico volátil e controverso.