Esta nova doutrina, assente no princípio "América Primeiro", questiona a viabilidade do continente europeu e a solidez da aliança.
A retórica do presidente Donald Trump contra os parceiros europeus atingiu um tom sem precedentes, descrevendo o continente como um conjunto de nações "em decadência", lideradas por responsáveis "fracos" e "realmente estúpidos".
Numa entrevista ao Politico, Trump ligou esta alegada degradação à política migratória, recuperando argumentos associados à teoria da "substituição" e apontando Londres e Paris como exemplos de transformação indesejada.
A nova estratégia de segurança nacional dos EUA formalizou esta visão, alertando para o perigo de uma "extinção civilizacional" na Europa se as tendências atuais se mantiverem. O documento lamenta as políticas migratórias que "estão a transformar o continente" e a "perda de identidades nacionais", manifestando o desejo de que "a Europa permaneça europeia".
As reações europeias foram imediatas e contundentes.
A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, classificou o texto como uma "provocação", enquanto o presidente do Conselho Europeu, António Costa, criticou a "ameaça de interferir na política europeia".
O chanceler alemão, Friedrich Merz, considerou partes do documento "inaceitáveis".
Apesar da dureza das críticas, Kallas tentou acalmar as tensões, afirmando que "os Estados Unidos continuam a ser o nosso maior aliado".
Trump, por sua vez, confirmou que continuará a apoiar líderes europeus que partilham a sua visão, como o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e admitiu não ter "uma visão" para a Europa, reforçando que a sua única prioridade é a política nacional: "A minha visão é a América Primeiro".














