Desde setembro, o exército norte-americano realizou pelo menos 22 ataques aéreos contra embarcações, que resultaram na morte de 87 pessoas, sem que, segundo os artigos, fossem apresentadas provas da sua ligação ao narcotráfico.

O caso mais polémico, revelado pelo Washington Post, envolveu uma lancha perto da Venezuela.

Após um primeiro ataque, dois sobreviventes que se agarravam à embarcação em chamas foram mortos num segundo ataque, autorizado pelo Secretário da Defesa, Pete Hegseth. O congressista democrata Jim Himes, após assistir a um vídeo do Pentágono, afirmou que este mostrava "dois indivíduos claramente em perigo, sem qualquer meio de transporte, que foram mortos pelos Estados Unidos". O presidente Trump defendeu a operação, declarando: "Apoio a decisão de destruir os botes e quem quer que seja que os pilote", e garantiu que o vídeo do segundo ataque seria divulgado.

A controvérsia levou a ações legais; a família de um pescador colombiano morto num bombardeamento em setembro apresentou uma queixa por possível "execução extrajudicial" perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

A administração Trump liga estas embarcações a grupos criminosos da Venezuela, enquadrando as operações numa campanha de pressão sobre o governo de Nicolás Maduro.