O episódio marcou um ponto de alta tensão diplomática entre os dois países, envolvendo a soberania judicial do Brasil.

Em julho, os Estados Unidos sancionaram o juiz Moraes ao abrigo da Lei Magnitsky, que permite ao executivo americano visar cidadãos estrangeiros por corrupção ou violações de direitos humanos.

A medida, que incluiu a revogação do seu visto e sanções financeiras, foi uma retaliação pelo papel do magistrado no processo contra Jair Bolsonaro, um forte aliado de Trump, que culminou na sua condenação a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.

A administração Trump também aumentou as tarifas sobre as exportações brasileiras para 50%.

A resposta do presidente brasileiro, Lula da Silva, foi firme, afirmando que “a soberania e a democracia do Brasil não eram negociáveis”.

Meses depois, Washington reverteu a decisão e levantou as sanções, um ato celebrado pelo governo brasileiro.

Alexandre de Moraes agradeceu publicamente ao presidente Lula, declarando: “A verdade venceu hoje”.

Considerou o desfecho uma “tripla vitória: do Judiciário brasileiro, que não se rendeu a ameaças e coerções [...], da soberania nacional e da democracia”.

Em contraste, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, lamentou a decisão americana, criticando a falta de unidade política no Brasil para enfrentar o que descreveu como uma “grave crise de liberdades”.