A medida, que tornaria obrigatória uma prática atualmente opcional, visa reforçar a segurança nacional.

A proposta, apresentada pela Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) e pelo Departamento de Segurança Interna (DHS), alteraria radicalmente os requisitos do Sistema Eletrónico para Autorização de Viagem (ESTA), utilizado por cidadãos de países do Programa de Isenção de Visto. Atualmente, a partilha de perfis de redes sociais é opcional, mas com a nova regra, “a disponibilização destes dados passaria a ser obrigatória”. Além das redes sociais, a proposta prevê a recolha de outros dados considerados de “elevado valor”, como números de telemóvel dos últimos cinco anos, endereços de e-mail da última década e informações detalhadas sobre familiares. A justificação oficial é a necessidade de “reforçar a segurança nacional e melhorar a triagem prévia de viajantes”, especialmente com a aproximação de eventos de grande dimensão como o Mundial de Futebol de 2026 e os Jogos Olímpicos de 2028. A medida insere-se numa ordem executiva de Trump para “proteger os Estados Unidos de terroristas estrangeiros e outras ameaças”. Críticos e grupos de defesa da liberdade de expressão argumentam que a medida é excessivamente invasiva e pode levar à autocensura. Sarah McLaughlin, do grupo Fire, afirmou que a proposta “envia a mensagem que o compromisso americano à liberdade de expressão é só pretensão, não é uma prática”.

A medida surge num contexto de queda do turismo para os EUA e de um apertar geral das políticas de imigração sob a administração Trump.