A administração Trump suspendeu o programa de Vistos de Diversidade, conhecido como "lotaria dos vistos", numa medida de imigração reativa e drástica. A decisão foi justificada pelo alegado envolvimento de um beneficiário do programa, o cidadão português Cláudio Valente, em múltiplos homicídios. A suspensão imediata do programa, que anualmente atribui até 50 mil 'green cards' por sorteio, foi anunciada após Cláudio Valente, que obteve residência permanente em 2017 através deste mecanismo, ter sido identificado como o suspeito do assassínio do físico Nuno Loureiro e de um tiroteio na Universidade Brown.
A secretária da Segurança Interna, Kristi Noem, justificou a ação de forma contundente: "Este indivíduo hediondo nunca deveria ter tido permissão para entrar no nosso país".
A decisão reflete a política de imigração de linha dura da administração, que aproveitou um crime de grande visibilidade para eliminar um programa que já era alvo de críticas por parte de Trump desde 2017, após um ataque terrorista em Nova Iorque perpetrado por outro beneficiário. Críticos, como o comentador Francisco Pereira Coutinho, sugerem que o homicídio deu a Trump uma "desculpa" para fazer algo que já pretendia. Outros analistas, como Daniel Pinéu, argumentam que a medida "desvia a atenção do controlo de armas" e não resolve o problema da violência armada, instrumentalizando uma tragédia para fins políticos e reforçando a pressão sobre as comunidades de imigrantes nos EUA.
Em resumoA administração Trump utilizou os crimes cometidos por um imigrante português para suspender o programa de Vistos de Diversidade, uma política de longa data. A medida foi criticada como uma instrumentalização de uma tragédia para avançar uma agenda anti-imigração preexistente, desviando o foco do debate sobre o controlo de armas.