A instalação, que rapidamente se tornou viral, critica abertamente a crise imobiliária, a especulação e a gentrificação que afetam a capital portuguesa.
A intervenção artística de Bordalo II destaca-se pela sua simplicidade e impacto direto, utilizando a linguagem visual dos anúncios imobiliários para transmitir uma mensagem social contundente.
A escolha do Cais das Colunas, um local simbólico da entrada na cidade, reforça a ideia de que Lisboa está a ser entregue a interesses externos, em detrimento dos seus habitantes. A crítica do artista foi amplificada nas redes sociais, onde partilhou imagens da instalação acompanhadas de um texto irónico que descrevia a cidade como uma "excelente oportunidade" de investimento. A descrição sublinhava o "ambiente vibrante, cosmopolita e gentrificado", concluindo com a frase cortante: "Uma oportunidade de sonho numa cidade onde a maioria nem pode sonhar em viver".
A provocação atingiu o seu auge com a inclusão do contacto da plataforma Habitar Lisboa, da Câmara Municipal, no cartaz, estabelecendo uma ligação direta entre a crise habitacional e a responsabilidade das entidades governativas.
Esta ação de Bordalo II insere-se numa série de intervenções que utilizam a arte como ferramenta de comentário social, gerando debate público e chamando a atenção para problemas urgentes que afetam a população, como a dificuldade de acesso à habitação na capital.