Um vídeo do YouTuber brasileiro Felca, que denuncia a "adultização" e exploração de menores nas redes sociais, tornou-se um fenómeno viral com mais de 38 milhões de visualizações, gerando consequências no mundo real. A investigação subsequente ao influenciador Hytalo Santos e o debate público que se seguiu sublinham o poder da criação de conteúdo digital para expor problemas sociais complexos. No vídeo de quase 50 minutos, Felca expôs como o algoritmo do Instagram pode ser explorado para apresentar conteúdos de crianças e adolescentes a abusadores, e apontou diretamente para o influenciador Hytalo Santos, que produzia uma espécie de "reality show" com menores, promovendo a sua sexualização. A decisão de Felca de não monetizar o vídeo, que lhe poderia ter rendido mais de 15 mil euros, foi vista como um fator que aumentou a sua credibilidade e o impacto da denúncia. As repercussões foram imediatas e significativas: as redes sociais de Hytalo Santos e de uma das menores envolvidas foram bloqueadas, e as autoridades brasileiras abriram uma investigação, culminando em mandados de busca e apreensão na casa do influenciador. O caso ganhou tal dimensão que senadores brasileiros apresentaram um pedido para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
Em Portugal, a figura pública Nuno Markl descreveu o vídeo como "um dos vídeos de YouTube mais importantes do momento".
Hytalo Santos, por sua vez, defendeu-se, repudiando o que chamou de "falsas acusações" e negando qualquer exploração de menores. Este episódio demonstra a crescente influência dos criadores de conteúdo digital como vigilantes sociais, capazes de mobilizar a opinião pública e despoletar ações institucionais.
Em resumoO alcance massivo e o impacto real do vídeo de Felca demonstram como uma única peça de conteúdo digital pode desencadear ações sociais e judiciais significativas, evidenciando a crescente responsabilidade e influência dos criadores de conteúdo na formação do discurso público e na promoção da responsabilização.