A tendência começou a ganhar força no início de agosto, quando os supermercados Continente começaram a comercializar uvas com sabores a algodão-doce, manga, moscatel e morango.
O produto, descrito como tendo um "perfil adocicado", rapidamente se tornou um "fenómeno nas redes sociais", com inúmeros consumidores a partilharem as suas experiências e a questionarem a naturalidade das frutas.
A retalhista esclareceu que as variedades são obtidas através de uma "técnica de hibridação clássica" e não envolvem o uso de químicos. O processo, desenvolvido por um produtor espanhol, consiste em cruzar variedades existentes, como a Moscatel e a Labrusca, para criar novas combinações de sabor. As uvas são depois submetidas a painéis de prova que selecionam as melhores para cultivo, sendo os nomes atribuídos "em função do sabor que nos fazem lembrar algo, como o algodão-doce ou outras frutas".
A origem desta inovação remonta a mais de uma década, na Califórnia, com a empresa International Fruit Genetics (IFG), que se especializou no desenvolvimento de frutos com sabores pouco convencionais através de cruzamentos específicos.
A variedade com sabor a algodão-doce, por exemplo, resulta da plantação da IFG Seven.
A tendência espalhou-se para a Europa, com vários produtores a apostar agora nestas espécies cruzadas.
Em Portugal, as uvas estão disponíveis em embalagens de 300 gramas por 1,99€, mas por serem um produto sazonal, a sua venda está limitada ao stock existente.