Múltiplos incidentes, resultando em danos significativos em veleiros, suscitaram um debate sobre as causas deste comportamento e as melhores formas de o mitigar. Nos últimos dias, vários veleiros foram alvo de interações com orcas, resultando em danos consideráveis. Ao largo de Vila do Conde, um veleiro com bandeira francesa ficou sem leme e teve de ser rebocado para a Marina da Póvoa de Varzim, com os seus dois tripulantes a necessitarem de auxílio.

Incidentes semelhantes foram registados na Costa da Caparica, Cascais, Peniche e no Algarve.

Num dos casos mais graves, uma embarcação que viajava de Oeiras para Sesimbra afundou-se após ser atingida no leme.

Os biólogos que acompanham o fenómeno, como Elio Vicente e Rui Rosa, acreditam que o comportamento não é agressivo, mas sim lúdico e de curiosidade, especialmente por parte de orcas juvenis. Segundo os especialistas, o leme das embarcações funciona como uma espécie de "brinquedo" para estes animais, que podem atingir até 11 toneladas.

Mariana Sequeira, do ICNF, explicou que o comportamento, inicialmente observado em três juvenis em 2020, parece ter-se propagado a cerca de metade da população local de 40 orcas.

O fenómeno já está a ter repercussões económicas, com empresários do setor náutico, como Fernando Sá, a relatarem uma quebra no negócio e o cancelamento de rotas turísticas por receio dos navegadores.