Esta situação reflete a crescente politização do evento cultural, que se vê pressionado pelo conflito em Gaza.
A polémica intensificou-se com o anúncio de que a UER irá realizar uma assembleia geral extraordinária no início de novembro para votar a participação israelita, uma medida rara que evidencia a profundidade da divisão entre os seus membros.
Se mais de 50% votarem contra, o país será excluído.
Países como Eslovénia, Espanha, Irlanda, Islândia e Países Baixos já declararam que não participarão caso Israel seja admitido.
A emissora neerlandesa Avrotros justificou a sua posição citando “graves violações da liberdade de imprensa” e uma “interferência comprovada durante a última edição, envolvendo-se em manipulação política do evento”.
Em contraste, a Áustria, país anfitrião, e a Alemanha lamentaram os apelos ao boicote. A controvérsia gerou debate em Portugal, com rumores de que a RTP se juntaria ao boicote, embora a estação pública o tenha negado.
O músico Samuel Úria questionou publicamente a hesitação da UER, comparando-a com a rápida exclusão da Rússia em 2022: “Porque é que foi tão ágil o cancelamento da Rússia na Eurovisão e está a ser tão polémico o de Israel?”.
O artista acrescentou ainda que, “se for porque Israel investe muito no festival, mais pornográfico se torna este titubear”.
A situação expõe as tensões entre a missão cultural do festival e as realidades geopolíticas, transformando o palco da música num campo de debate sobre direitos humanos e neutralidade política.













