A inovação, desenvolvida pelo estúdio Xicoia, acendeu um intenso debate sobre os limites éticos da tecnologia, apropriação de identidade e o futuro da indústria do entretenimento.

A controvérsia ganhou força com as reações de figuras proeminentes do cinema. A atriz Mara Wilson, conhecida pelo seu papel em “Matilda”, acusou os criadores de serem “ladrões de identidade”, afirmando que “roubaram os rostos de centenas de jovens mulheres para criar esta ‘atriz’ de IA”.

Outros atores, como Melissa Barrera e Lukas Gage, também expressaram o seu descontentamento, com Gage a ironizar que a atriz virtual seria “um pesadelo para trabalhar”.

Em defesa do projeto, Eline Van der Velden, fundadora do estúdio Xicoia, argumenta que Tilly Norwood “não é uma substituta de um ser humano, mas uma obra criativa”. Van der Velden estabelece um paralelo com a animação e o teatro de marionetas, defendendo que a IA oferece “outra forma de imaginar e construir histórias” e que os atores gerados por esta tecnologia devem ser avaliados numa categoria própria. Este incidente reacende os receios sobre a substituição de artistas por IA, uma das principais preocupações que motivaram as greves que paralisaram Hollywood em 2023. O surgimento de Tilly Norwood insere-se numa tendência mais ampla de utilização de IA nas indústrias criativas, que já inclui bandas virtuais com milhões de ouvintes no Spotify e modelos geradas por computador em capas de revistas de moda, sinalizando uma transformação profunda e controversa no panorama mediático global.