O fenómeno, que alegadamente começou na China e se espalhou para os EUA e Brasil, levanta questões sobre as formas como a sociedade contemporânea lida com a saúde mental e a crescente infantilização como mecanismo de escape.

Este comportamento viral está a ser interpretado tanto como uma bizarra moda passageira como um sintoma de uma necessidade mais profunda de conforto e controlo num mundo cada vez mais exigente. A justificação para esta prática é apresentada por uma psicóloga citada num dos artigos, que explica que, embora a sucção não tenha o mesmo efeito calmante que nos bebés, o ato em si pode proporcionar uma sensação de controlo. "Enquanto adultos diria que não é a sucção propriamente dita que nos faz ficar calmos, mas é o propósito que colocamos nessa ação.

É a ideia de estarmos a controlar a ação", afirma a especialista. Esta perspetiva sugere que a chupeta funciona como um objeto de transição, um símbolo de segurança numa era de incerteza. Um dos artigos aborda a tendência com um tom fortemente satírico, descrevendo-a como "o triunfo da regressão" e "o apogeu da infantilização do Ocidente".

O autor ridiculariza a ideia, imaginando cenários absurdos como entrevistar um primeiro-ministro com uma chupeta ao pescoço ou usá-la para enfrentar a autoridade policial, concluindo que "já não se enfrenta o sistema, chucha-se". Esta crítica aponta para um fenómeno mais vasto de "autocuidado" que, por vezes, se traduz em comportamentos regressivos, onde a sociedade parece caminhar para uma "creche definitiva".