A discussão em torno da mudança horária bianual centra-se cada vez mais nos seus efeitos adversos para a saúde humana, com vários artigos a compararem o fenómeno a um "jet lag" que perturba o relógio biológico.
Especialistas citados alertam para consequências diretas como "irritabilidade, cansaço excessivo e até sintomas depressivos", associados ao chamado "transtorno afetivo sazonal" (TAS), que se agrava com a diminuição da luz solar.
Estudos mencionados apontam mesmo para uma maior propensão a acidentes e um aumento de enfartes na semana seguinte à alteração.
A justificação histórica da medida, implementada pela primeira vez na Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial para poupar energia, é agora amplamente questionada.
A poupança energética é considerada mínima ou inexistente, o que alimenta o debate político sobre a sua abolição.
A União Europeia tem vindo a discutir o fim do acerto sazonal, uma posição reforçada por figuras como o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que propôs o fim definitivo da mudança horária.
Contudo, a falta de consenso entre os Estados-membros tem impedido uma decisão final, mantendo em vigor uma prática que, segundo o comissário dos Transportes Sustentáveis e Turismo, Apostolos Tzitzikostas, "já não serve qualquer propósito".
Enquanto a discussão política se arrasta, a população prepara-se para mais um ajuste, com conselhos práticos a serem partilhados para mitigar os seus efeitos, como a adaptação gradual dos horários de sono.









