Discovery pela Netflix, por 82,7 mil milhões de dólares, abalou a indústria do entretenimento, gerando um intenso debate sobre a concentração de poder no streaming, o futuro do cinema e as implicações para os consumidores. O negócio, classificado como um momento que vai “refazer de forma dramática o negócio do entretenimento”, coloca sob a alçada da Netflix não só os estúdios de cinema e televisão da Warner Bros., mas também a sua rival direta no streaming, a HBO Max. Com esta operação, a Netflix passaria a deter um vasto catálogo de conteúdos icónicos, incluindo as sagas “Harry Potter” e “Batman”, e séries de renome mundial como “A Guerra dos Tronos”, “Friends” e “Os Sopranos”. A fusão criaria um gigante com mais de 420 milhões de assinantes combinados (300 milhões da Netflix e 128 milhões da HBO Max), gerando preocupações imediatas sobre a concorrência. Figuras como Donald Trump manifestaram publicamente as suas reservas, enquanto a União Internacional de Cinemas (UIC) expressou a sua “forte oposição”, alertando para o risco de uma redução do número de filmes exibidos nas salas e um “impacto profundamente danoso para a paisagem cultural da Europa”. Em resposta, a Netflix iniciou uma campanha de “controlo de danos”, enviando comunicações aos seus subscritores para garantir que, para já, “nada muda hoje” nos preços ou no serviço da HBO Max.
O negócio, que ainda aguarda a aprovação de acionistas e reguladores, poderá demorar entre 12 a 18 meses a ser concluído, mas o seu anúncio já redefiniu o tabuleiro do poder em Hollywood.









