A polémica reflete a politização do evento e a divisão de opiniões na comunidade artística e no público em geral. Cinco países, incluindo Espanha, Países Baixos, Irlanda, Eslovénia e Islândia, já anunciaram que irão boicotar a edição de 2026 em protesto contra a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza.

O movimento ganhou ainda mais visibilidade quando Nemo, o artista suíço vencedor da edição de 2024, devolveu o seu troféu, afirmando que “até as mais belas canções perdem o sentido” neste contexto. Em Portugal, a controvérsia também se instalou: 17 músicos que concorrem ao Festival da Canção anunciaram que recusarão representar o país caso vençam, e uma petição a exigir a retirada de Portugal do concurso já reuniu mais de 25 mil assinaturas. Em contrapartida, a banda alentejana Bandidos do Cante declarou que aceitaria representar o país, defendendo que a sua missão é unir através da música. A RTP, emissora pública portuguesa, confirmou a sua participação em 2026, após ter votado a favor das regras que permitiram a continuidade de Israel.

A situação evidencia a tensão entre o estatuto apolítico que a Eurovisão reivindica e a pressão pública e artística para que o evento tome uma posição sobre conflitos internacionais, transformando-o num palco de ativismo digital e diplomático.