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A Realidade da Enxaqueca em Portugal

A enxaqueca é uma das doenças neurológicas mais prevalentes e incapacitantes em Portugal, afetando uma fatia significativa da população. Apesar do seu profundo impacto individual e social, continua a ser uma condição subdiagnosticada, subtratada e frequentemente banalizada.
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A enxaqueca é uma doença neurológica crónica que afeta cerca de 15% da população em Portugal, o que corresponde a aproximadamente um milhão de pessoas.

A sua incidência é maior no sexo feminino, numa proporção de quatro para um, e manifesta-se sobretudo em idade ativa, entre os 25 e os 55 anos. Caracteriza-se por episódios recorrentes de dor de cabeça intensa e pulsátil, geralmente unilateral, que podem durar entre quatro e 72 horas. Para além da dor, os doentes experienciam frequentemente outros sintomas debilitantes como náuseas, vómitos e elevada sensibilidade à luz (fotofobia) e ao som (fonofobia), o que a distingue de uma simples dor de cabeça.

Considerada pela Organização Mundial da Saúde como a segunda doença mais incapacitante a nível global, a enxaqueca tem um impacto profundo na qualidade de vida, na produtividade laboral e nas relações sociais e familiares.

Em Portugal, o retrato desta patologia é paradoxal: apesar da sua elevada prevalência e dos custos económicos diretos e indiretos associados ao absentismo e ao recurso a serviços de saúde, a doença continua a ser subdiagnosticada e banalizada.

Muitos doentes enfrentam o estigma e a incompreensão, recorrendo à automedicação e demorando a obter um diagnóstico especializado, o que contribui para a cronificação do problema.

Outro desafio reside no acesso ao tratamento.

Embora existam terapêuticas inovadoras, como os anticorpos monoclonais anti-CGRP e os gepants, o seu acesso em Portugal permanece desigual, com muitos doentes a dependerem de fármacos clássicos.

A celebração do Dia Europeu da Enxaqueca, a 12 de setembro, visa precisamente aumentar a consciencialização sobre esta realidade.

Especialistas defendem que a enxaqueca deve ser assumida como uma prioridade de saúde pública, o que implica reforçar a literacia em saúde junto de profissionais e da sociedade, garantir o acesso equitativo a tratamentos avançados e investir em investigação nacional para compreender melhor o peso da doença e a eficácia das intervenções.

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