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Incêndios: 160 mil hectares de áreas protegidas ardidas em Espanha

Os incêndios florestais de 2025 atingiram níveis recorde em Espanha, devastando centenas de milhares de hectares e ecossistemas vitais. Em Portugal, face à destruição causada pelos fogos, uma associação local mobiliza-se para ajudar a reflorestar as zonas atingidas.
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Em 2025, Espanha enfrentou os piores incêndios das últimas décadas, que resultaram na morte de quatro pessoas e consumiram cerca de 400 mil hectares, um recorde anual para o país desde o início dos registos comparáveis do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS) em 2006.

As regiões autónomas mais afetadas, todas na fronteira com Portugal, foram a Galiza, com 158 mil hectares ardidos, Castela e Leão, com 150 mil, e a Extremadura, com 45 mil hectares. O impacto ambiental é particularmente severo, com cerca de 160 mil hectares de "espaços naturais protegidos e da Rede Natura 2000" a serem afetados.

A ministra para a Transição Ecológica, Sara Aagensen, descreveu a situação como uma "crise de biodiversidade" com "perdas que transcendem o imediato".

Segundo estimativas provisórias, foram atingidas áreas críticas para a sobrevivência de 395 espécies em perigo ou vulneráveis, incluindo 2.400 hectares do habitat do tetraz, 773 hectares da cegonha-preta e 1.751 hectares do urso pardo.

A ministra sublinhou que 13 grandes incêndios continuavam ativos no noroeste do país, impedindo um levantamento completo dos danos.

A gestão dos incêndios gerou um debate político, com o Partido Popular (PP) a acusar o Governo de demora na mobilização de meios. O Governo rejeitou as críticas, garantindo que se antecipou na ativação de ajuda nacional e europeia, tendo mobilizado todos os seus meios, como 56 meios aéreos.

Numa audição no Senado, a ministra Sara Aagensen defendeu a necessidade de um "pacto de Estado" para enfrentar as alterações climáticas, que considerou um dos maiores desafios futuros. Em Portugal, que também foi severamente afetado pelos fogos, com cerca de 250 mil hectares ardidos e quatro mortos até 23 de agosto, surgiu uma iniciativa cívica de resposta. A associação Terras D’Ossa, do concelho de Redondo, lançou a campanha "Portugal + verde" para angariar fundos destinados à compra de plantas e sementes para reflorestar as áreas devastadas. A associação pretende entregar as plantas e sementes a entidades locais nas zonas ardidas e também irá recolher sementes de espécies autóctones como sobreiro, azinheira e carvalhos.

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