Crise humanitária em Gaza agrava-se com tempestade polar e violência contínua



Uma tempestade polar que afeta a Faixa de Gaza desde a semana passada causou a morte de pelo menos 17 pessoas, incluindo quatro crianças, devido ao frio e às inundações.
A intempérie provocou o desabamento de dezenas de casas e danificou tendas utilizadas por deslocados, agravando a já precária situação humanitária. Segundo Mahmud Basal, porta-voz da Defesa Civil, mais de 90 edifícios sofreram derrocadas parciais, representando uma ameaça direta para milhares de pessoas.
Organizações internacionais alertam para o impacto devastador da tempestade.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, referiu que 55 mil famílias e cerca de 30 mil crianças foram afetadas.
O Comissário-Geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, sublinhou que, embora a tempestade seja um desastre natural, as suas consequências são "provocadas pelo homem", uma vez que a população é forçada a viver entre ruínas e em abrigos improvisados.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) apelou à urgência no fornecimento de ajuda humanitária para a reconstrução de abrigos permanentes.
Paralelamente, a violência persiste na região.
O exército israelita anunciou ter abatido um palestiniano, classificado como terrorista, que alegadamente atravessou a Linha Amarela, uma zona de demarcação no sul da Faixa de Gaza, e se aproximou dos soldados. Desde o cessar-fogo de 10 de outubro, as tropas israelitas têm abatido diariamente cidadãos palestinianos sob a justificação de "ameaças imediatas".
De acordo com o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas, 394 pessoas foram mortas por ultrapassarem esta linha, um número que não inclui a vítima mais recente.
Muitos civis desconhecem estas demarcações ao tentarem regressar às suas antigas residências.
Desde o início da ofensiva israelita, em outubro de 2023, 70.668 palestinianos foram mortos e mais de 171.152 ficaram feridos.





















