
22 incendiários com pulseira eletrónica proibidos de sair de casa entre julho e setembro



O PAN apresentou um projeto de lei na Assembleia da República para que a utilização de pulseira eletrónica seja obrigatória, entre maio e outubro, para todos os condenados por crime de incêndio florestal que não estejam detidos. A proposta surge num contexto de múltiplos incêndios rurais que, até 20 de agosto, já tinham consumido mais de 222 mil hectares, provocado três mortos e vários feridos.
O partido argumenta que a medida garantiria uma vigilância efetiva e reforçaria a prevenção, especialmente em relação a reincidentes.
Atualmente, a lei portuguesa já permite, desde 2017, que os tribunais imponham a obrigação de permanência na habitação com vigilância eletrónica a condenados com pena suspensa durante os meses de maior risco de incêndio. De acordo com a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), dos 105 indivíduos nesta situação, 22 estão a cumprir esta medida entre julho e setembro. No total, há 131 pessoas privadas de liberdade em Portugal pelo crime de incêndio florestal.
A obrigatoriedade proposta pelo PAN, contudo, é contestada por vários especialistas em direito, que levantam dúvidas sobre a sua constitucionalidade.
Juristas como Pedro Bacelar de Vasconcelos e Mário Ferreira Monte alertam para uma possível violação dos princípios da proporcionalidade e da separação de poderes. Argumentam que a decisão de aplicar uma sanção restritiva da liberdade deve ser exclusiva do poder judicial, analisada caso a caso, e não imposta de forma automática pelo legislador.
Segundo os especialistas, já existem meios menos restritivos e a função dos juízes não pode ser substituída.
Apesar das reservas jurídicas, a proposta recolhe alguns apoios no espectro político.
O candidato presidencial António José Seguro defendeu a necessidade da vigilância eletrónica.
José Luís Carneiro, secretário-geral do PS, também se mostrou favorável ao seu uso como medida dissuasora, mas sublinhou que a sua aplicação já é possível e que qualquer alargamento deve respeitar a legalidade vigente.
Artigos
15














Atualidade
Ver mais
Há cada vez mais alunos no ensino obrigatório: Já passam os 1,6 mil
O número de alunos do ensino obrigatório voltou a aumentar, sendo mais de 1,6 mil entre o pré-escolar e o secundário, mas também há mais crianças a chumbar ou a abandonar a escola no 2.º ciclo.

Na Lousã, fogo contornou bosque que António Carlos cuida há 24 anos
António Carlos chegou à Cerdeira, na Serra da Lousã, em 2001. Desde então, este habitante permanente daquela aldeia de xisto decidiu cuidar de um bosque de folhosas. Quando o fogo chegou, o trabalho parece ter dado frutos.

Câmara de Pedrógão Grande exige mais vigilância e investigação
O presidente da Câmara de Pedrógão Grande, António Lopes, exigiu hoje mais vigilância e investigação, na sequência dos incêndios que atingiram no sábado o concelho, que este ano registou 18 ignições.

Colisão frontal mata português na Suíça. Emigrante tinha 49 anos
Um português morreu numa violenta colisão na Suíça, na manhã de domingo. O veículo do emigrante seguia na sua faixa de rodagem quando foi abalroado, por razões ainda por apurar, por uma carrinha.