A Crise dos 70 Anos: Boicote a Israel Marca a Eurovisão 2026



A União Europeia de Radiodifusão (UER) confirmou que 35 países vão competir no Festival Eurovisão da Canção de 2026, que decorrerá em Viena, Áustria, entre 12 e 16 de maio. Este número representa o mais baixo de participantes desde a introdução das semifinais no início do século XXI, configurando o que é descrito como a maior crise do concurso em décadas, precisamente no seu 70.º aniversário.
A edição de 2026 contará com o regresso da Bulgária, Roménia e Moldávia.
A principal causa para a redução de participantes é o boicote anunciado por cinco países — Espanha, Países Baixos, Irlanda, Eslovénia e Islândia — em protesto contra a manutenção de Israel na competição. A decisão destes países deve-se aos ataques militares israelitas na Faixa de Gaza nos últimos dois anos, que causaram pelo menos 67 mil mortos e foram classificados como genocídio por uma comissão da ONU.
O boicote é particularmente significativo por incluir Espanha, membro dos 'Big 5', e a Irlanda, o país com mais vitórias na história do festival. A polémica alastrou-se a Portugal, onde a maioria dos artistas a concurso no Festival da Canção declarou que recusará representar o país na Eurovisão caso vença.
A decisão da RTP de participar foi também contestada por estruturas de trabalhadores da estação e criticada por Salvador Sobral, vencedor em 2017. Numa outra ação de protesto, o vencedor de 2024, o suíço Nemo, anunciou que devolverá o seu troféu.
Para a edição de 2026, a UER reintroduziu os júris profissionais nas semifinais, algo que não acontecia desde 2022, com uma votação repartida em 50/50 com o público. Os júris passarão a ter sete membros e o número máximo de votos por espectador foi reduzido de vinte para dez.
Na final competirão os 20 temas apurados das semifinais, o país anfitrião (Áustria) e quatro dos 'Big 5' (Reino Unido, França, Alemanha e Itália), com a ausência de Espanha do grupo.







