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Sexta-feira, Agosto 8

Israelitas saem à rua com sacos de farinha e fotos de crianças subnutridas para chamar a atenção para a crise em Gaza

A violência na Faixa de Gaza atingiu um novo pico com dezenas de civis mortos enquanto aguardavam ajuda humanitária, ao mesmo tempo que as forças israelitas emitiram novas ordens de evacuação que aprofundam a crise de deslocados.
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Um ataque contra civis que aguardavam a distribuição de ajuda humanitária no norte de Gaza, perto da passagem de Zikim, resultou na morte de dezenas de pessoas. Os números reportados variam, com o porta-voz da Defesa Civil a indicar 93 mortos em vários pontos do território, dos quais 80 na zona de Zikim, e o Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU a confirmar a morte de 81 pessoas junto ao seu comboio. O PAM e testemunhas no local culparam os tanques e atiradores israelitas por abrirem fogo sobre a multidão. Em contrapartida, o exército israelita confirmou ter disparado “tiros de aviso” para dispersar uma multidão de milhares de pessoas que representaria uma “ameaça imediata”, negando ter visado civis e responsabilizando o Hamas pelo caos. Mais de 150 pessoas ficaram feridas no incidente.

Este evento ocorre num contexto de crise humanitária catastrófica, com a ONU e outras organizações a alertarem para o risco iminente de fome. A Defesa Civil relatou um aumento de mortes infantis por desnutrição. Testemunhas descreveram cenas de desespero, com civis desarmados a serem alvejados enquanto tentavam obter farinha para as suas famílias. A guerra, desencadeada pelo ataque do Hamas a 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos em Israel, já provocou mais de 58.000 mortos em Gaza e a deslocação de cerca de 90% da sua população de 2,1 milhões de habitantes.

Simultaneamente, o exército israelita ordenou a evacuação de quatro bairros costeiros em Deir al-Balah, no centro de Gaza, uma área que até agora não tinha sido alvo de operações terrestres e que servia de refúgio para dezenas de milhares de deslocados. Segundo o Gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), mais de mil famílias já abandonaram a zona, que albergava entre 50.000 e 80.000 pessoas. Esta ordem de evacuação estabelece, pela primeira vez, uma zona de combate até à costa, dividindo a faixa em duas. O OCHA alertou que a área evacuada contém infraestruturas humanitárias críticas, como armazéns, clínicas e a principal central de dessalinização do sul, e que qualquer dano teria “consequências mortais”. Os deslocados foram instruídos a dirigirem-se para a zona de Mawasi, que já se encontra sobrelotada.

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