
Israelitas saem à rua com sacos de farinha e fotos de crianças subnutridas para chamar a atenção para a crise em Gaza



Um ataque contra civis que aguardavam a distribuição de ajuda humanitária no norte de Gaza, perto da passagem de Zikim, resultou na morte de dezenas de pessoas. Os números reportados variam, com o porta-voz da Defesa Civil a indicar 93 mortos em vários pontos do território, dos quais 80 na zona de Zikim, e o Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU a confirmar a morte de 81 pessoas junto ao seu comboio. O PAM e testemunhas no local culparam os tanques e atiradores israelitas por abrirem fogo sobre a multidão. Em contrapartida, o exército israelita confirmou ter disparado “tiros de aviso” para dispersar uma multidão de milhares de pessoas que representaria uma “ameaça imediata”, negando ter visado civis e responsabilizando o Hamas pelo caos. Mais de 150 pessoas ficaram feridas no incidente.
Este evento ocorre num contexto de crise humanitária catastrófica, com a ONU e outras organizações a alertarem para o risco iminente de fome. A Defesa Civil relatou um aumento de mortes infantis por desnutrição. Testemunhas descreveram cenas de desespero, com civis desarmados a serem alvejados enquanto tentavam obter farinha para as suas famílias. A guerra, desencadeada pelo ataque do Hamas a 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos em Israel, já provocou mais de 58.000 mortos em Gaza e a deslocação de cerca de 90% da sua população de 2,1 milhões de habitantes.
Simultaneamente, o exército israelita ordenou a evacuação de quatro bairros costeiros em Deir al-Balah, no centro de Gaza, uma área que até agora não tinha sido alvo de operações terrestres e que servia de refúgio para dezenas de milhares de deslocados. Segundo o Gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), mais de mil famílias já abandonaram a zona, que albergava entre 50.000 e 80.000 pessoas. Esta ordem de evacuação estabelece, pela primeira vez, uma zona de combate até à costa, dividindo a faixa em duas. O OCHA alertou que a área evacuada contém infraestruturas humanitárias críticas, como armazéns, clínicas e a principal central de dessalinização do sul, e que qualquer dano teria “consequências mortais”. Os deslocados foram instruídos a dirigirem-se para a zona de Mawasi, que já se encontra sobrelotada.
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