Ucrânia Entre a Corrupção Interna e a Pressão Russa: O Desafio Duplo de Kiev



A Ucrânia enfrenta uma situação complexa, marcada por novos avanços militares da Rússia no leste e sul do país, ao mesmo tempo que lida com um grave escândalo de corrupção interno.
Esta investigação anticorrupção é descrita como o potencial maior escândalo político desde o início da invasão russa e coloca o presidente Volodymyr Zelenskyy sob pressão.
O escândalo ameaça minar a confiança dos parceiros ocidentais e pode comprometer um plano da Comissão Europeia para financiar o apoio a Kiev utilizando ativos russos congelados.
Neste contexto, o presidente da Finlândia, Alexander Stubb, exortou os líderes europeus a demonstrarem "sisu" — uma palavra finlandesa para resiliência e determinação — e a manterem o apoio financeiro e militar a Kiev.
Stubb aconselhou Zelenskyy a lidar rapidamente com as alegações de corrupção, sublinhando que o escândalo favorece a Rússia.
O líder finlandês, que mantém uma relação próxima com o presidente norte-americano Donald Trump, tem procurado influenciá-lo a favor da causa ucraniana, elogiando as sanções impostas por Trump a empresas energéticas russas, mas defendendo que é preciso fazer mais.
Apesar dos desafios, registam-se progressos na frente diplomática.
A Ucrânia anunciou a reativação das trocas de prisioneiros de guerra com a Rússia, após consultas mediadas pela Turquia e pelos Emirados Árabes Unidos. O acordo, que reativa os "Acordos de Istambul", prevê a libertação de 1.200 prisioneiros ucranianos. Segundo o secretário do Conselho de Defesa Nacional da Ucrânia, Rustem Umerov, estão a ser finalizados os detalhes técnicos para que os prisioneiros possam regressar a casa antes do Ano Novo.
No entanto, um cessar-fogo abrangente parece distante.
Stubb não se mostrou otimista quanto a negociações de paz este ano, identificando como principais obstáculos as garantias de segurança para a Ucrânia, a reconstrução da economia e um entendimento sobre as reivindicações territoriais. As condições da Rússia para a paz — a anexação de quatro províncias e da Crimeia, e a neutralidade militar da Ucrânia — continuam a ser inaceitáveis para Kiev.















