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Portugal e Angola: Entre a Memória da Paz de Bicesse e os Desafios do Presente

O lançamento de um livro sobre os Acordos de Bicesse reaviva a memória do papel de Portugal na paz em Angola, suscitando reflexões sobre a complexa relação histórica e os desafios atuais que unem e separam os dois países.
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A apresentação do livro “Bicesse, o Caminho da Paz”, coordenado por Sónia Neto, marcou um momento de reflexão sobre a história partilhada entre Portugal e Angola.

Políticos como Aníbal Cavaco Silva, Paulo Rangel e José Manuel Durão Barroso evocaram o acordo de 1991, que pôs fim à guerra civil angolana, como um marco da diplomacia portuguesa. Cavaco Silva recordou o momento como um dos mais emocionantes da sua vida política, sublinhando que, mesmo em contextos de tensão, “a paz é sempre possível”.

Paulo Rangel descreveu o acordo como “a história de dois povos”, enquanto Durão Barroso o considerou a “reconciliação de Portugal com a sua história” após a colonização. O livro reúne depoimentos de 22 intervenientes nas negociações entre o governo do MPLA e a UNITA, que tiveram a mediação de Portugal e a observação dos EUA e da União Soviética. Apesar da celebração da paz, a realidade atual de Angola, meio século após a independência, é marcada por graves desafios.

Segundo dados do Afrobarometer, apenas 27% dos angolanos acreditam viver em democracia e a pobreza leva a população a procurar comida nos contentores de lixo.

O MPLA, no poder desde 1975, reconhece a persistência da pobreza, da corrupção e das assimetrias regionais, embora afirme que o país está a superar o seu défice estrutural, com o setor não petrolífero a ultrapassar o petrolífero nas receitas do Orçamento Geral do Estado.

Para muitos jovens angolanos, Portugal tornou-se um “plano B”, um destino de exílio económico, apesar da história comum.

Esta relação histórica e contemporânea levanta questões sobre migração e responsabilidades éticas.

Enquanto o Presidente angolano, João Lourenço, mencionou a opressão do colonialismo, embora sem pedir reparações, o novo presidente do parlamento angolano, Adão de Almeida, alertou para “novas formas de colonização”.

Em Portugal, o debate sobre a política migratória surge em contraponto com a vasta diáspora portuguesa, que inclui cerca de 200.000 cidadãos em Angola, face aos 60.000 angolanos em Portugal. Defende-se que Portugal, como país de emigrantes, deve adotar uma política rigorosa mas isenta de xenofobia, reconhecendo-a como uma forma moderna de escravidão que legitima a exploração e nega a dignidade humana.

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