Agricultores dos Açores pedem apoio após tempestade Gabrielle

A passagem da tempestade pós-tropical Gabrielle pelo arquipélago dos Açores deixou um rasto de destruição na agricultura, levando a Federação Agrícola a solicitar uma reunião urgente com o Governo Regional para avaliar os prejuízos.

A Federação Agrícola dos Açores (FAA) solicitou uma reunião com caráter de urgência ao Secretário Regional da Agricultura e Alimentação, António Ventura, para fazer um levantamento dos danos causados pela tempestade Gabrielle, que atingiu a região durante a madrugada. Segundo a federação, apesar de a intensidade do fenómeno ter sido inferior ao previsto, registaram-se prejuízos em todas as ilhas, com especial destaque para a destruição de culturas. A FAA sublinhou a importância de os serviços de desenvolvimento agrário de cada ilha realizarem um levantamento detalhado para contabilizar os estragos. A cultura do milho forrageiro foi particularmente afetada, sobretudo nas zonas onde as silagens ainda não tinham sido feitas, uma vez que os ventos fortes provocaram a queda de diversas áreas de cultivo. A Federação Agrícola de São Miguel, presidida por Jorge Rita, também destacou os danos nesta cultura. Além das colheitas, está ainda a ser apurada a existência de eventuais danos em infraestruturas de apoio à atividade agrícola.

A tempestade provocou cerca de 200 ocorrências e 16 desalojados na região, com o período mais crítico a registar-se nas ilhas Graciosa, Faial e Terceira.

Um dos problemas centrais apontado pela FAA é a falta de seguros agrícolas, que deixa os agricultores sem uma rede de proteção e dependentes de apoios do Governo Regional. A federação defende ser urgente a criação de um sistema de seguros que ofereça mais segurança aos produtores e ajude a compensar perdas como as atuais, sem que isso represente um peso extra para as contas da região. A situação é agravada pelo facto de, segundo a FAA, ainda não terem sido pagos os apoios referentes a intempéries anteriores, bem como os subsídios à aquisição de sementes de milho e sorgo para o ano de 2024.

Estas verbas são consideradas ainda mais urgentes face às perdas agora verificadas.