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Estreia de "Adilson", a primeira ópera de Dino D'Santiago

A primeira ópera do músico Dino D'Santiago, "Adilson", estreia-se em Lisboa, abordando a luta de um homem afrodescendente pela cidadania num país que sempre foi o seu, explorando temas como a injustiça social e a discriminação.
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A ópera "Adilson", criada pelo músico Dino D'Santiago a convite da BoCA - Bienal de Artes Contemporâneas, estreou com lotação esgotada no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. A obra centra-se na história de um homem afrodescendente, nascido em Angola e filho de pais cabo-verdianos, que vive em Portugal há mais de 40 anos sem conseguir obter a cidadania. A personagem, chamada Adilson no passaporte, D'Afonsa pelos amigos e Nuno pela família, representa os "milhares de pessoas deixadas nas margens do sistema", cuja vida se desenrola num labirinto burocrático de processos adiados.

A ópera, em cinco atos, aborda temas como a injustiça social, a discriminação, a fragilidade humana e a esperança, assinalando também os 50 anos das independências das antigas colónias portuguesas.

Dino D'Santiago, ele próprio filho de imigrantes cabo-verdianos nascido em Quarteira, assume múltiplas funções na criação da obra: direção, libreto, dramaturgia, composição e produção musical, esta última em parceria com o guitarrista Djodje Almeida.

A direção musical está a cargo do maestro Martim Sousa Tavares e a peça foi criada a partir do texto "Serviço Estrangeiro", do dramaturgo Rui Catalão.

O elenco conta com as interpretações de Michelle Mara, Cati, NBC, Soraia Morais, Koffy, Rebeca Reinaldo e Rúben Gomes.

A carreira de Dino D'Santiago começou no Algarve, passou pelo programa de talentos "Operação Triunfo" em 2003 e por vários projetos musicais antes de lançar o seu primeiro álbum a solo, "Eva", em 2013. Desde então, editou mais três álbuns e prepara-se para lançar o seu primeiro livro, "Cicatrizes", em outubro.

A estreia de "Adilson" integra a programação da BoCA 2025, que decorre em Lisboa e Madrid até 26 de outubro sob o tema "Camino Irreal".

Após as apresentações em Lisboa, a ópera seguirá para Braga (Theatro Circo), Faro (Teatro das Figuras) e Aveiro (Teatro Aveirense) entre setembro e novembro.

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