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Crise no Baixo Alentejo: Surto de Língua Azul Expõe Fragilidades Crónicas do Setor Agropecuário

A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo alertou o Governo para as graves consequências do surto de língua azul, que já triplicou a mortalidade animal na região, e para a crise estrutural que ameaça a sobrevivência do setor agropecuário.
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A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) enviou uma carta ao ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, a reivindicar medidas urgentes para apoiar o setor agropecuário, que enfrenta “graves consequências” devido a um surto de febre catarral ovina, conhecida como doença da língua azul.

Segundo a federação, a mortalidade animal na região é atualmente “cerca de três vezes superior ao esperado para esta época do ano”, com a doença a manifestar-se com especial violência em zonas que foram menos afetadas em 2024, embora também persista em efetivos já acometidos no ano passado.

Os agricultores apontam a ineficácia das medidas de controlo existentes, afirmando que “as vacinas autorizadas para estes serotipos não têm tido nem o efeito preventivo pretendido, nem a cobertura populacional desejada”.

A FAABA sublinha ainda que os prejuízos acumulados nos últimos dois anos não foram devidamente compensados pelas ajudas governamentais, que consideram insuficientes e “tardiamente implementadas”.

Na carta, a federação argumenta que a doença agrava uma crise já existente no setor agropecuário em extensivo, que vive “momentos difíceis” resultantes da “ausência de políticas adequadas”.

Entre os problemas estruturais enumerados estão a falta de renovação geracional, a inexistência de mão de obra, as dificuldades no acesso à terra, a “pesada carga” burocrática e a “insuficiência” dos apoios ao investimento.

Estes fatores, segundo a FAABA, contribuem para o desinteresse pela atividade e dificultam a fixação de pessoas nos meios rurais do interior. Face a este cenário, a FAABA apela ao ministério para que, em conjunto com as organizações de produtores de pequenos ruminantes, encontre “soluções que contribuam para travar, ou mesmo inverter, o definhamento destes setores”. A federação reafirma a sua disponibilidade para participar ativamente no processo e defende a necessidade de uma “nova abordagem à prevenção e controlo da doença da língua azul”, uma doença viral de notificação obrigatória que afeta ruminantes e não é transmissível a humanos.

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